
Empresário é investigado por fraudes em contratos públicos; operação já apura desvio de até R$ 1,4 bilhão
A Polícia Federal identificou movimentações financeiras suspeitas que somam R$ 80,2 milhões realizadas por José Marcos Moura, conhecido como o “Rei do Lixo”, no âmbito da Operação Overclean, que investiga um suposto esquema de fraudes em licitações, desvio de recursos públicos e lavagem de dinheiro por meio de contratos com prefeituras e emendas parlamentares.
Entre os indícios levantados está um repasse de R$ 435 mil da empresa MM Limpeza Urbana, controlada por Moura, a uma autoridade com foro privilegiado. A transação foi detectada pelo Coaf e embasou a autorização judicial do ministro Kassio Nunes Marques, do Supremo Tribunal Federal, para a nova fase da operação.
A PF também acusa Moura de tentar obstruir a Justiça, destruindo documentos após as primeiras fases da investigação e tentando movimentar recursos antes do bloqueio judicial.
Segundo os investigadores, o esquema pode ter causado prejuízos de até R$ 1,4 bilhão aos cofres públicos nos últimos quatro anos. Somente em 2024, empresas ligadas ao grupo de Moura fecharam R$ 825 milhões em contratos com órgãos públicos.
O caso segue sob apuração e pode atingir agentes públicos e parlamentares que teriam se beneficiado do esquema fraudulento.