Mais de 7,7 milhões de brasileiros seguem em busca de trabalho; informalidade e desalento ainda preocupam

A vida não tem sido fácil para milhões de brasileiros. A nova pesquisa divulgada pelo IBGE nesta quarta-feira (30) mostra que o desemprego voltou a subir no começo de 2025 e já atinge 7% da população. São 7,7 milhões de pessoas sem trabalho no país — gente que acorda cedo, corre atrás, mas muitas vezes volta pra casa sem nenhuma resposta.

Esse número cresceu em quase 900 mil pessoas só nos três primeiros meses do ano. Ainda assim, é o menor índice para um primeiro trimestre desde 2012. Parece contraditório, mas mostra que o mercado de trabalho ainda caminha em ritmo lento, tentando se recuperar das dificuldades dos últimos anos.

Por outro lado, quando comparamos com o mesmo período do ano passado, o desemprego caiu: mais de 900 mil pessoas conseguiram voltar ao mercado. É um sinal de esperança, mas ainda distante de uma realidade segura para a maioria.

A pesquisa também mostra que o número de empregados com carteira assinada segue estável. Já os trabalhadores sem carteira — ou seja, na informalidade — perderam espaço: 751 mil pessoas a menos nessa condição. No setor público, também houve cortes, com quase 300 mil servidores a menos no trimestre.

Desemprego silencioso

O estudo também chama atenção para os brasileiros que deixaram de procurar emprego por pura falta de perspectiva. São 3,2 milhões de desalentados — pessoas que desistiram de buscar uma vaga por não acreditarem que vão conseguir. Aumentou 6,6% só no começo do ano. É uma tristeza silenciosa, muitas vezes vivida sozinha, longe dos holofotes.

A taxa de subutilização também é alta: 15,9% da população está ou desempregada, ou trabalhando menos do que gostaria, ou disponível para trabalhar, mas sem conseguir. Isso representa 18,5 milhões de brasileiros que não conseguem encontrar espaço digno no mercado.

Renda sobe, mas não para todos

Apesar de tudo, a renda média dos brasileiros empregados bateu recorde: R$ 3.410 por mês. É o maior valor da série histórica. Mas essa média, como sabemos, não representa a realidade de quem está na informalidade ou em empregos mal remunerados. A maioria ainda enfrenta dificuldades para pagar o básico no fim do mês.

Construção, serviços e saúde com menos gente

Alguns setores sofreram mais nesse início de ano. A construção civil perdeu quase 400 mil trabalhadores. A área de serviços domésticos também encolheu, com 241 mil vagas a menos. Até setores como saúde e educação registraram queda de emprego.

O IBGE mostra números. A gente vê gente. Gente real, com nome, família, contas pra pagar e sonhos pra seguir. A economia pode até dar sinais de recuperação, mas para milhões de brasileiros, o que ainda falta é uma oportunidade. Um emprego digno. Uma chance de recomeçar.