
Mercado de trabalho mantém recuperação, com recorde de trabalhadores com carteira assinada e queda na informalidade anual
A taxa de desemprego no Brasil recuou para 5,4% no trimestre móvel encerrado em outubro, segundo dados divulgados nesta sexta-feira (28) pela Pnad Contínua do IBGE. O resultado surpreendeu o mercado, que esperava 5,5%, e marcou o menor nível da série histórica iniciada em 2012.
O recuo foi de 0,2 ponto percentual em relação ao trimestre anterior e de 0,7 ponto frente ao mesmo período de 2024, quando o índice estava em 6,2%. A população desocupada, estimada em 5,9 milhões de pessoas, também foi a menor já registrada.
De acordo com Adriana Beringuy, coordenadora de pesquisas do IBGE, o patamar reforça a tendência de melhora contínua: “Quando observamos todos os trimestres móveis encerrados em outubro, essa taxa é a menor já registrada pela pesquisa”.
📊 Indicadores gerais
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Desocupação: 5,4%
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População desocupada: 5,9 milhões
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População ocupada: 102,6 milhões
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Subutilização: 13,9%
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População fora da força: 66,1 milhões
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Desalentados: 2,6 milhões
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Empregados com carteira: 39,2 milhões
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Sem carteira assinada: 13,6 milhões
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Conta própria: 25,9 milhões
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Informais: 38,8 milhões (37,8% da ocupação)
A população ocupada se manteve estável no trimestre, totalizando 102,6 milhões de trabalhadores — um crescimento de 926 mil pessoas na comparação anual. O nível de ocupação permaneceu em 58,8%.
💼 Recorde de trabalhadores com carteira e estabilidade na informalidade
O setor privado registrou 52,7 milhões de empregados, o maior número da série histórica. O total de trabalhadores com carteira assinada chegou a 39,2 milhões, novo recorde, e aumentou 2,4% em um ano.
Os empregados sem carteira ficaram estáveis no trimestre e recuaram 3,9% no ano. No setor público, houve alta anual de 2,4%, totalizando 12,9 milhões de trabalhadores.
A informalidade se manteve em 37,8%, abaixo do índice de um ano atrás.
🏗️ Análise por setores
No trimestre, dois segmentos puxaram as contratações:
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Construção: +2,6% (192 mil pessoas)
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Administração pública e áreas essenciais: +1,3% (252 mil)
Já “outros serviços” recuaram 2,8%.
Na comparação anual, os destaques positivos foram:
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Transporte, armazenagem e correio: +3,9%
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Administração pública e serviços essenciais: +3,8%
Por outro lado:
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Outros serviços: –3,6%
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Serviços domésticos: –5,7%
📈 Mercado segue aquecido, mas com sinais de acomodação
Com a força de trabalho total estimada em 108,5 milhões de pessoas, o mercado mostra estabilidade, mas ainda sustentando números robustos de geração formal e melhora da ocupação. O avanço em setores ligados a serviços públicos e construção indica continuidade da absorção de mão de obra, enquanto segmentos mais dispersos apresentam ajustes após meses de estabilidade.


