Medida afeta gálio, germânio e grafite e é resposta direta às restrições americanas contra o setor de semicondutores chinês

A China anunciou, no dia 3 de dezembro de 2024, a imposição de tarifas de 34% e a suspensão da exportação de minerais estratégicos para os Estados Unidos, em resposta às novas sanções comerciais adotadas por Washington contra empresas do setor de semicondutores chinês.

A medida atinge diretamente a exportação de minerais como gálio, germânio, antimônio e grafite — elementos fundamentais para a produção de microchips, baterias e equipamentos de alta tecnologia, inclusive com uso militar. O Ministério do Comércio da China justificou a decisão como uma ação voltada à proteção da segurança nacional, acusando os EUA de expandirem esse conceito para justificar restrições unilaterais.

O anúncio chinês veio um dia após o governo americano incluir 140 empresas chinesas em uma lista de restrições comerciais, alegando riscos de uso militar em tecnologias como inteligência artificial. A secretária de Comércio dos EUA, Gina Raimondo, afirmou que as medidas visam conter o avanço tecnológico chinês em áreas consideradas sensíveis.

Atualmente, a China domina o mercado global desses recursos: é responsável por mais de 95% da produção mundial de gálio e 67% do germânio refinado. Segundo estimativas do Serviço Geológico dos EUA, o bloqueio pode causar um impacto econômico de até US$ 3,4 bilhões para o país norte-americano.

O episódio marca mais um capítulo da escalada de tensão comercial entre as duas maiores potências econômicas do mundo, com efeitos diretos sobre cadeias produtivas globais, especialmente nos setores de tecnologia e defesa.