“Não se pode permitir que um grupo de parlamentares ocupe fisicamente o plenário com o intuito de impedir o andamento dos trabalhos”, afirmou Motta

A corregedoria Parlamentar da Câmara dos Deputados recebeu, nesta segunda-feira (11), as representações de afastamento de 14 deputados federais bolsonaristas que participaram do motim que obstruiu os trabalhos da Casa na última semana. Ela tem 48 horas para se manifestar e caberá ao corregedor Diego Coronel (PSD-BA) decidir sobre a suspensão e cassação dos parlamentares que impediram o presidente Hugo Motta (Republicanos-PB) de sentar em sua cadeira na Mesa Diretora na noite de quarta-feira (6).

São eles:

  • Sóstenes Cavalcante (PL-RJ);
  • Nikolas Ferreira (PL-MG);
  • Julia Zanatta (PL-SC);
  • Luciano Zucco (PL-SC);
  • Allan Garcês (PP-MA);
  • Caroline de Toni (PL-SC);
  • Marco Feliciano (PL-SP);
  • Domingos Sávio (PL-MG);
  • Marcel Van Hattem (Novo-RS);
  • Zé Trovão (PL-SC);
  • Bia Kicis (PL-DF);
  • Carlos Jordy (PL-RJ);
  • Marcos Pollon (PL-MS);
  • Paulo Bilynskyj (PL-SP).

A Mesa Diretora da Câmara dos Deputados enviou as representações de afastamento por até seis meses dos congressistas na sexta-feira (8). Esta medida ocorre após, na noite quarta-feira, os deputados se recusarem a deixar a cadeira do presidente Hugo Motta durante o motim, apesar da retomada da sessão.

Os protestos ocorreram após o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes decretar a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Eles obstruíram os trabalhos da Casa por cerca de 30h na defesa de três medidas: anistia aos envolvidos no 8 de janeiro, fim do foro de prerrogativa de função e o impeachment de Moraes (esta última no Senado).

Motta, após a liberação dos trabalhos, disse acerca das pautas que não trabalha sob “chantagem” e “imposição”.

Acerca da punição, ele disse à CNN Brasil que o ocorrido foi algo grave e que esta teria caráter pedagógico. “Não se pode permitir que um grupo de parlamentares ocupe fisicamente o plenário com o intuito de impedir o andamento dos trabalhos”. Seria, ainda, conforme analistas, um gesto de afirmação, uma vez que o presidente da Câmara foi desmoralizado ao chegar ao plenário e ser impedido pelos parlamentares de se sentar na cadeira da presidência.

Mais Goiás